Verdades & Mitos | Hipnose essa Desconhecida
Verdades & Mitos | Hipnose essa Desconhecida
Pioneiro na indução hipnótica clínica Milton Erickson, pai da hipnose moderna, descreveu o processo de transe hipnótico como “um estado livre e expansivo da consciência no qual a individualidade do indivíduo pode florescer para melhores e mais saudáveis caminhos de cura”.
Um dos aspetos fundamentais da hipnose é a mudança experimental subjectiva. Ou seja, o estado transe é uma interessante combinação de relaxamento físico e perspicácia mental. E que permite desenvolver soluções e recursos na pessoa hipnotizada.
Importa perceber que num estado de transe a pessoa acede a um estado mais elevado.
Já que o consulente deixa de prestar atenção à consciência periférica e focaliza a atenção para dentro de si mesmo, para o seu mundo interior.
O paciente é induzido a ser receptivo a experiências interiores, e pode olhar noutra perspectiva os recalcamentos e memórias reprimidas do passado. Além disso a hipnose permite potenciar os poderosos processos de auto-cura. Sobretudo aos poderosos processos psicodinâmicos e inconscientes e do comportamento.
A nossa mente tem poderosos efeitos sobre o corpo. Na verdade, os médicos estimam que cerca 67% das doenças são produto de pensamentos doentes e/ou ambientes de doença. Quando estudava neuropsicologia, deparei-me com um estudo recente em que se constatou que os doentes com Alzheimer e que sofriam de doenças físicas. Tais como tensão arterial e a diabetes, não beneficiavam totalmente do efeito dos medicamentos que tomavam. Porque não se lembravam de ter tomado a mediação diária. Porquê? Sobretudo devido à perda de memória de curto prazo. Como sabemos uma das características do Alzheimer é a perda de memória de curto prazo e está associada há doença. Embora o tenham feito. A nossa mente cria o nosso mundo e as nossas palavras exprimem os nossos pensamentos. Somos o que repetidamente pensamos.
A psiquiatria sublinha que perante situações de extremo stress um sujeito passivo é mais vulnerável do que um indivíduo proativo.
E que enfrenta as emoções e estabelece uma analogia com a experiência de morte. Podemos dar como exemplo as pessoas que vivem o luto e que acompanham as cerimónias fúnebres superam melhor a perda e têm menos probabilidade de desenvolver patologias, nomeadamente de sofrer de stress pós-traumático, do que as pessoas privadas do funeral ou que foram ou vivem dopadas, alienadas pela mediação. Todos sabemos que passar pelas experiênciar sem as viver, mas sobretudo sem as compreender faz adoecer. (Célia Campos, psiquiatra do C. Hospitalar de Coimbra.)
Quando falamos de hipnose estou habituado a uma certa ortodoxia . De algumas pessoas e até instituições que, não compreendendo de todo o fenómeno hipnótico, ignoram-no sem tentar sequer compreendê-lo. O que é pena. As pessoas temem o que desconhecem. Mesmo que possa ser algo que permita fazer a diferença para os males de uma sociedade em que os afetos são descartáveis.
É preciso ter humildade de que não sabemos tudo e ainda bem que há sempre alguém que pensa contra a corrente instituída, é assim que a humanidade avança.
É tão mais fácil e cómodo dizer “só acredito no que vejo, eu sou pragmático”, convenhamos isso é idiotia senão mesmo arrogância. A arrogância é cegueira cognitiva do individuo. Creio que quem é arrogante torna-se cego a novos conhecimentos. É importante assumir que não sabemos tudo e que podemos sempre aprender. Einsten disse um dia: “todos somos ignorantes, mas em assuntos diferentes”. Esta afirmação é de uma sensatez e humildade louvável. Com isto não estou a dizer que não devemos estudar, compreender e mensurar todos os fenómenos. Devo dizer que considero o “Método Científico” uma das maiores conquistas da humanidade e que deve ser tido em conta.
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